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O Flamengo é muito conhecido nos últimos anos por jogar um futebol vistoso e atrativo, buscando dominar jogos e ir para cima dos seus adversários.
No entanto com o passar do tempo esta realidade mudou um pouco, principalmente com a troca constante de técnicos e o envelhecimento do elenco, além da falta de renovação do time e apatia dos jogadores em vários jogos onde se esperava muito mais do time.
A Média de Escanteios do Flamengo nos Últimos Jogos e como a (Péssima) Fase do Time Afeta esse Valor
Isso tem se refletido na quantidade de escanteios em jogos do time, que não joga (e pressiona) os adversários em seu campo de defesa, da maneira que costumava fazer anos atrás.
Para efeito de comparação, em 2019, no campeonato brasileiro, o time chegou a ter uma média de 9,8 escanteios por jogo, quando jogava em casa, sendo 7,3 a favor e apenas 2,5 contra.
Nos números fora de casa, também não havia grande diferença, com 6,6 escanteios a favor, 4,2 contra e 10,7 no total.
No total do campeonato, foram 6,9 a favor, 3,3 contra e 10,3 no total, mostrando que o time pressionava muito seus adversários e mantinha a bola no campo do adversário, buscando o gol intensamente.
Em comparação nos últimos 10 jogos, temos uma média de 5,6 escanteios a favor e 5,2 contra, totalizando 10,8 escanteios de média por jogo.
Na comparação, isto mostra o quanto o Flamengo deixou de jogar e o quanto deixou seus adversários jogarem, povoando seu campo e chegando próximo ao gol.
Em 7 desses últimos 10 jogos o Flamengo sofreu gols, sendo que nos últimos 5 jogos, o Flamengo tomou gols em todos.
Também mostram o quanto o trabalho do técnico português Paulo Sousa veio ladeira abaixo em suas últimas partidas.
E mesmo que o último jogo tenha sido contra o Inter, uma derrota por 3x1 em que o técnico já era Dorival Jr., o time também não conseguiu muita coisa.
Apenas 4 escanteios a favor e 4 para o Internacional, o que reflete também a apatia e falta de efetividade que o time teve em campo contra o Inter.
Não por culpa de Dorival, obviamente, com apenas um jogo e um dia no comando do clube o técnico não poderia fazer praticamente nada para mudar a situação do time.
Os times de Dorival também não costumam ter médias muito altas.
O Ceará que ele vinha treinando, tem média de apenas 4,4 escanteios a favor por jogo, e 4,7 contra, com 9,2 no total de 2022.
Claro Ceará e Flamengo tem times muito diferentes, com cobranças muito diferentes, além de expectativas e qualidade de elenco muito diferentes.
No Flamengo sempre haverá cobrança por resultados e por um futebol ofensivo (o que normalmente gera uma quantidade maior de escanteios).
Mas Dorival tem um trabalho que em primeiro lugar deve focar em resolver os muitos problemas que o time tem apresentado para depois pensar em jogar ofensivamente e dominar seus adversários.
Isto quer dizer que haverá menos escanteios em jogos do Flamengo? Não necessariamente.
O próximo jogo do Flamengo, contra o Cuiabá, pode ser um exemplo.
Se o Flamengo sair perdendo, conforme o tempo passa, se não tivermos uma virada muito rápida, a tendência é que o Flamengo encontre cada vez mais escanteios.
Diferente do Inter, que não deixou o Flamengo povoar o ataque, o Cuiabá tem menos qualidade técnica e pode não aguentar o jogo inteiro tentando se defender, tendo assim que lançar mão de muitos escanteios para evitar gols ou jogadas dentro de sua área.
Ao mesmo tempo, se Dorival Jr. conseguir implantar sua filosofia de jogo e tornar a defesa do Flamengo mais protegida e segura, optando por ter mais posse de bola, poderemos ver o time rubro-negro tendo menos escanteios.
E chegando ao ataque em busca de mais objetividade na hora de chutar a gol, ao invés de bombardear a área do adversário com cruzamentos e jogadas mais rápidas e em sequência.
Temos que lembrar também que a temporada é longa e a maratona de jogos cobra um preço muito caro a todos os times, então é muito difícil que se tenha um time extremamente ofensivo sob o novo comando de Dorival.
Além disso o Flamengo tem vários jogadores que não conseguem mais imprimir um ritmo de jogo tão intenso, então é justo imaginar que o técnico irá optar por um esquema de jogo mais tradicional e com o qual ele esteja habituado.
Também é de se imaginar que os jogadores devam comprar a ideia de jogo de Dorival, uma vez que, com tantas trocas de técnico, a cobrança já tenha chegado no time que hoje não é mais visto como intocável.
E numa diretoria que cada vez mais tem ficado em evidência com as trapalhadas sucessivas e os desmandos que tem aparecido no Flamengo nos últimos tempos.
Vale lembrar que Dorival tem uma experiência com um time extremamente ofensivo em sua carreira, o Santos de Neymar, em 2010.
Mas mesmo com um bom futebol, as lembranças dele com o time praiano não são tão boas: no jogo do título paulista, Paulo Henrique Ganso se recusou a ser substituído.
Em seguida Dorival teve um entrevero com Neymar, após proibir o então menino Ney de cobrar um pênalti.
Essa experiência nada tem a ver com o Flamengo atual, mas mostra as dificuldades que ele pode ter em implantar sua filosofia de jogo e, consequentemente, um futebol mais vistoso que traga junto uma quantidade maior de escanteios.
Não que Dorival seja um técnico ruim, o que obviamente não é.
O que resta ao futuro do Flamengo somente podemos aguardar, mas o time tem tantos problemas a serem resolvidos que dificilmente praticará um futebol tão ofensivo quanto o de 2019, que refletia nos escanteios a forma com que o time dominava equipes adversárias.
Ao invés disso um futebol coletivo mais objetivo e com respeito aos padrões táticos que Dorival impõe em seus times deve ser o padrão buscado, ao menos nos primeiros jogos, para tentar depois afastar a crise que ronda o ninho do urubu.